Prelúdio em marfim e ébano
Desde cedo se encantava
como um sonho ou brinquedo.
O piano o fascinava
com ternura e com segredo.
No abeto a ressonância,
tábua harmônica a soar,
ecoando a consonância
que o menino ia guardar.
O pai dedilhava o tom
nas oitavas tão serenas,
desejava o mesmo dom,
mas suas mãos eram pequenas.
Esclarecido o segredo
sobre o marfim e o ébano
hoje desliza seu dedo
também sereno ao piano
e em momento reflexivo
o repertório que sai
sempre o mais expressivo
é em memória do pai.
a primeira versão:
Prelúdio em marfim e ébano
A criança ouvia,
parecia-lhe um brinquedo
que sons emitia.
No abeto, aberta
a tábua harmonica, soava
a música certa.
O pai dedilhava
as oitavas – e o menino
o olho não tirava.
Hoje, ao piano,
são seus dedos que percorrem
o marfim e o ébano.
E se reflexivo,
lembra do pai e sai o
som mais expressivo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário