O canhotinha de ouro
Dois mil e quarenta
e dois, copa do mundo, o
Pepê já esquenta.
O estimado medo
A minha coragem
some, invariavelmente, ao
iniciar a viagem:
mão à palmatória,
tiro a máscara e rezo
a jaculatória.
Bem conheço o enredo
que deu certo e assim conservo,
orgulhoso, o medo.
Deste silêncio não gosto
Havia, sim, o que fazer
tinham, porém, que pactuar.
Não buscaram entender,
depois, sequer, perdoar.
A vingança agora ataca
atinge um querido em cheio
sou forçado a ser estaca
suporte, mas mudo e frio.
Foi decidido assim
até o cooptaram com brilho
que se volta contra mim
se um outro caminho trilho.
Ninguém concede o direito
é necessária a luta
esta inércia não aceito
sou afeito à disputa.
Através da luta, o acordo
no entendimento aposto
civilizado, não mordo
deste silêncio não gosto.