terça-feira, 4 de novembro de 2025

Noite


Noite

O bom coração,
inquieto, não sabe bem
qual seja a razão.

Talvez até saiba,
mas nega – quiça em si
a mágoa não caiba.

Difícil a prece
quando o ânimo vacila
e a vigília cresce.

A aflição aflora
à noite, ascendem as sombras,
  no entanto, lá fora

 a chuva lembrou
 alguém que na longe infância
sempre o embalou.

A alma no abandono
da lembrança e do som da água
concilia o sono.


 
“É uma certeza absoluta humana que ninguém pode conhecer a sua própria beleza ou perceber um sentido do seu próprio valor até que ele tenha sido refletido de volta para ele no espelho de outro ser humano amoroso e carinhoso” (John Joseph Powell)

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