terça-feira, 30 de setembro de 2025

Soneto para a filha amada

Soneto para a filha amada


Desde sempre ela segue iluminada,

Doce menina, hoje médica e guia,

Doutora que cura a dor entranhada

Na alma aflita trazendo calmaria. 


Mora longe, mas se aperta a saudade 

Duas vezes ao ano tenho a alegria

De assistir sua exemplar maternidade 

– Aos meus olhos, suprema poesia. 


Beleza exterior tem, mas mais profunda

É a que em sua alma clara se revela

Virtuosa e que ninguém jamais confunda:


Para o seu entorno é genuína estrela!

Orgulho que a todo instante me inunda

E dele meu terno olhar é sequela. 

sábado, 27 de setembro de 2025

Rosa em fundo azul



Rosa em fundo azul


O fotógrafo será

um frustrado pintor

que em tempos de I.A.

de pronto se revelou?


E a rosa em fundo azul

transformada em impressionista

muda o seu staus quo

para um plástico artista?

Marina em aquarela.



domingo, 21 de setembro de 2025

O chapéu da Lulu



O chapéu da Lulu 


Esse coisa, tal de Trump aí

que quer mandar, ser coronel

tem que deixar de mimimi

e ler o escrito no Chapéu 


da Lulu que com o seu dedo

curte e para os embusteiros

que nos zoaram, diz sem medo:

“O Brasil é dos brasileiros!”

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

sábado, 13 de setembro de 2025

Momos, o zombador


Momos, o zombador.

Num tempo hostil, semeei
uma plantinha de cá-te-espero.
Enfim, passou o tempo e direi
sem mi-mi-mi, sem lero-lero:

Nos giros do mundo a semente
germinou no bom solo agrário
o “ex presidiário” é presidente
o ex presidente é presidiário.

Ah, ironia exemplar
que deus Momos lhe pregou
para não mais alardear
que um dia fraquejou

e lhe nasceu uma mulher!
Parvo, se não acordou
abre o olho pra entender:
uma mulher te condenou!

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

O medíocre vaidoso.



O medíocre vaidoso


A vaidade é o pior pecado

bem sabe Antônio Salieri

cuja fama e estrelado

Mozart faz sombra e o fere


como é ferido o pequeno 

fux por sua própria inveja 

e seu natural veneno

que a luz de Xandão enseja. 


Alexandre de Morais

coragem, tenacidade,

lucidez e muito mais

fulminam, fux, sua vaidade. 

O fanático


O fanático


Voltaire, o sábio francês,

sugere com acuidade

que cuidar da lucidez

deve ser prioridade.


E com boa vontade ensina

pra quem quiser aprender

com sua metáfora fina,

mas fácil de entender:


"Se o fanatismo gangrena

o cérebro, a enfermidade

é incurável". Aliena,

emburra, adito em verdade.

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

A nossa dívida.


A nossa dívida 


Folheio os nossos retratos

da década de setenta,

constato: urge sermos gratos,

nos benzer com água benta


por termos sido felizes,

jovens descompromissados 

na vida, só aprendizes

do amor, leves namorados. 


Você e eu, ali, airosos

na dourada juventude. 

Peço aos céus que, generosos,

nos conceda mais saúde


pra retribuirmos agora

aos que lutaram por nós

e que fizeram cair fora

os de vocação pra algoz. 


É necessário clamar

contra o que as luzes apaga

e com vontade votar

em quem o futuro afaga.

domingo, 7 de setembro de 2025

Uma referência


Uma referência 


Já bem jovem percorreu

Via Crucis, mas bem trilhada

e sua sorte floresceu 

com mestria iluminada. 


Do estudo fez fortaleza,

obstinada, olhar atento

da sapiência,  a destreza

na sua vida, o fundamento.


Com seu amor construiu

lar de fortuna e bravura,

quatro filhos conduziu

com afeto e boa ventura.


No labor deixou memória,

a sua obra é quem bem frisa

já que a luta virou glória

porque a ação era a baliza. 


Hoje, embora o tempo insista

com brumas se aproximando,

que seu legado persista,

e os frutos sigam brotando. 



***


No aniversário da Luiza e da Marina, vi a Leliana por uma foto tirada pela Gilda, na janela de um dos quartos. Fiz uma aquarela da foto para ver se melhorava; doente, com uma infecção urinária, a foto não melhorou. Fiquei muito triste, parecia tão mal. Mas no dia seguinte de manhã, ela estava ótima, mantinha seus traços da bela mulher que sempre foi. 


Pensando na sua trajetória, que é uma referência e tanto, e tendo mais de duas horas de folga no avião de volta para Fortaleza, resolvi dedicar-lhe um poema, simples, mas de genuína admiração. Aliás, não resolvi fazer no avião, antes de sair da casa da Beatriz, fotografei e editei a foto do casamento deles que está em cima da cristaleira da sala de jantar, e em seguida mandei fazer a aquarela. Resolvi fazer ainda em Brasilia, mas fiz no avião.


A minha expectativa é que gostem do poema, até porque escolhi um tom celebrativo, exaltando sua vida. Só na última estrofe é que menciono sutilmente o Alzheimer. 

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Os pares

 


Os pares 

Pelo mundo, peregrino

com um par de sola antigo 

e o meu par de trato fino 

surpreendendo-me comigo.


Da minha afeiçoada zona

de conforto sempre saio,

a reação até ensaio,

mal resisto, vou à lona


ante a graça do meu par. 

Parto meio a contragosto:

ainda pensando em voltar,

ficar quieto no meu posto. 


Mas vou. No retorno, a história

muda, e como me faz bem!

Bendigo o amor – minha glória –

o arrojo e as solas também.



***



Já pensando na viagem Roma-Vaticano-Sicília, como um ato de liberdade contra o sentimento produzido pelo contumaz desconforto que me acomete ao viajar, fiz este poema.

segunda-feira, 1 de setembro de 2025