A nossa dívida
Folheio os nossos retratos
da década de setenta,
constato: urge sermos gratos,
nos benzer com água benta
por termos sido felizes,
jovens descompromissados
na vida, só aprendizes
do amor, leves namorados.
Você e eu, ali, airosos
na dourada juventude.
Peço aos céus que, generosos,
nos conceda mais saúde
pra retribuirmos agora
aos que lutaram por nós
e que fizeram cair fora
os de vocação pra algoz.
É necessário clamar
contra o que as luzes apaga
e com vontade votar
em quem o futuro afaga.
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