O polido não chora Gaza
Sob uma máscara de afabilidade
um sorriso fácil, um olhar amável
florescem uns gestos de caridade
uns verbos doces, um semblante agradável.
Mas por trás de uma fachada polida
ao longe o eco de um choro silencia
a infância inteira de Gaza ferida
não toca a alma, não causa agonia.
A indignação seletiva se instala
a compaixão escolhe onde pousar
o horror de lá seu coração não abala,
o sangue infantil não há de manchar.
Há frieza na aparente bondade
constroem um muro contra a dor alheia
a da criança, mera casualidade
no polido, o altruísmo não granjeia.
Que a beleza externa não nos engane
que a falta de empatia se revele
e a nossa alma não entre em pane
quando este ser pela infância não vele.