terça-feira, 30 de novembro de 2021

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

A magnânima e os escroques



A  magnânima e os escroques 

(O que não devemos esquecer)


O que mais admiro em Dilma Rousseff são a sua resistência e a sua magnanimidade. Resistir à tortura - expressão máxima da covardia - e ainda ser magnânima é para seres humanos superiores. 


Os que não gostam dela apontam a sua oratória como sinal de mediocridade. Já li textos de Dilma com a clareza de quem tem um perfil cujo pendor é de natureza mais gráfica do que oral. Acredito que a dificuldade seja uma sequela da tortura a que foi submetida pelo escroque-torturador Carlos Alberto Ustra (lembrança n. 1) elogiado pelo escroque-cafajeste Jair Messias Bolsonaro ao anunciar seu voto para destituí-la do poder:


"Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, pelo exército de Caxias, pelas Forças Armadas, pelo Brasil acima de tudo e por Deus acima de tudo, o meu voto é sim" (lembrança n. 2).


Não esquecer do golpe de 2016 contra ela é significativo para compreender a natureza golpista da direita brasileira. 


Governar uma nação não é o mesmo que administrar uma empresa, como querem aqueles que acham Dilma medíocre. 


A empresa não tem oposição. Às vezes tem a concorrência para frear o instinto animal de um empresário agressivo. 


Já um governo tem uma oposição parlamentar que, sendo irresponsável, pode paralisá-lo e arrebentar uma nação. 


Com a virulência de um despeitado perdedor da eleição de 2014, o escroque-cheirador Aécio Neves, sempre apoiado pela direita, fez seu pronunciamento:


"Vamos obstruir todos os trabalhos legislativos, até o país "quebrar" e a Presidenta Dilma, ficar incapacitada de governar, sem apoio parlamentar, aí reergueremos o país que nós queremos, independente dos acontecimentos que envolvem o ex-presidente Lula e as ações do Judiciário. Sem o Poder Legislativo, nenhum governo se sustenta" (lembrança n. 3)


Na sequência, o escroque-larápio mor Eduardo Cunha assumiu a presidência da Câmara dos deputados pondo em prática as premissas do discurso do escroque-cheirador que desembocou no afastamento da presidenta, o que foi um dos capítulos mais vergonhosos da história política brasileira (lembrança n. 4).


Assumiu o poder o escroque-traidor Michel Temer cujo sucessor, depois de três anos, é essa nulidade, o já citado escroque-cafajeste que nos envergonha diante de um mundo estupefato pelo comportamento irresponsável na condução da pandemia, pelas queimadas na Amazônia, pela derrocada do Brasil como um “player” na geopolítica, perdendo sua soberania para se tornar uma colônia dependente do EUA, como sempre quis a elite que o apoia. 


Se Dilma teve esses escroques desqualificados que arrebentaram seu corpo e feriram sua alma, em compensação tem admiradores da sua grande coragem, entre os quais me incluo, e amigos fraternos como o ex presidente Lula. 


Dilma e Lula, se há uma razão preambular para eu gostar deles, é pela afetuosidade como eles mutuamente se tratam, própria de pessoas generosas.

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Chove em Rio Quente

Gênese do poema Chove em Rio Quente.


Em outubro fomos à Brasília comemorar o aniversário de nossa neta Luiza que fez 3 anos no dia 30, sexta-feira. Já no sábado partimos para Rio Quente. Numa viagem de 4 horas fizemos uma única parada técnica para banheiro, água e cafezinho.


Percorremos 314 kms observando os latifúndios onde estão parte do agro negócio brasileiro. Não resta dúvida que é bonito de se ver e saber que é um setor da economia brasileira que vai bem. 


Entretanto, o que me incomoda é ele ser a prioridade das prioridades. Explico: ele representa um dos lados das duas doutrinas que disputam a hegemonia na governança do país desde o século passado: 


1 - a da dependência do capitalismo central (EUA) para superarmos o subdesenvolvimento através da manutenção do Brasil como um país eminentemente primário exportador (aqui se situa o agronegócio), defendida por Fernando Henrique Cardoso e por neoliberais; 


2  -   a da independência que enfatiza o papel do Estado na economia, com a adoção de um modelo de desenvolvimento econômico independente, substituindo importações através da industrialização, de corte keynesiano, defendida por Celso Furtado e por social democratas.


O primeiro modelo, defendido pelo EUA e pela elite nacional de empresários e políticos ligados a ele, vem vencendo, se impondo através de golpes de Estado. 


O segundo modelo, cada vez que ganha uma eleição, toda a ladainha da corrupção é acionada pela imprensa e pelas grandes corporações para derrubar o governante que o defende. A história nos ensina que foi assim com Getúlio (pós segunda guerra), Juscelino, Jango, Lula e Dilma.


Defendo o segundo modelo por razões óbvias: não conheço nenhum caso latino americano que chegou a ser um país desenvolvido com equitativa distribuição de renda através da dependência americana. O colonialismo sempre é expropriatório e criador de fossos sociais.


Era sobre isso que eu pensava quando trouxe o livro e o edredom para perto de mim ao ver pingos na janela, a folha que esvoaçava no vento forte, e o vôo do passarinho que buscou abrigo sob as árvores ante os sinais de chuva e a promessa de vida no meu coração, parodiando o Tom Jobim em Águas de Março.


Soneto acróstico para Diva


Desde o meu olhar de criança sensível

Incipiente ainda nas artes da vida

Vi, porém, e o que vi foi aprazível:

A beleza e a força de uma mãe querida.


As poucas vezes que a vi, entretanto

Mais substanciava a minha impressão

Ostento hoje, via meu singelo canto,

Regozijo. O tempo me deu razão.


Sim, não me deixa mentir seu legado

Infalível, os frutos que ela teve

No convívio de um amor cultivado.


Vieram três filhos de uma essência leve

Apesar da ausência do pai amado

Louvam a vida porque a sabem breve.



segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Auto-engano ou tolo ardil?


Auto-engano ou tolo ardil?

A bandeira nacional é a fixação do “nacionalista”. Das janelas do seu apartamento e do seu carro a vemos drapejar. A usurpação do símbolo nos envergonha porque sabemos que no seu coração e mente é a bandeira americana que ele queria que estivesse lá, mas é preciso esconder a genuína verdade: a paixão pelo EUA. Entretanto, esta verdade vem se expondo aos poucos. Caminhando pela cidade, já tenho visto meia bandeira americana e meia bandeira brasileira unidas numa só. Quem sabe, um dia talvez saia totalmente do armário como já saiu o Bozo que bate continência para a bandeira imperial e diz “I love you” para o imperador de plantão.

Tenho minhas dúvidas quanto à consciência do “nacionalista” da  manobra de esconder sua verdade, mas ela é tão clara que chega a me surpreender que mulheres e homens inteligentes não atinem. 

Conversando com o “nacionalista” percebe-se, só para dar dois exemplos, que ele nunca conta as mais de 610 mil mortes por covid de nossos concidadãos, tampouco se importa com o destino da nossa mais importante empresa,  a Petrobras, que foi forçada a renunciar as reservas de petróleo, a vender ou fechar unidades, a diminuir a produção de gasolina e diesel, a não possuir mais postos Petrobras, e a exportar óleo cru. 

Ante estes dois fatos, por que o “nacionalista” silencia?

Interpretar a personalidade desse canastrão não requer grandes conhecimentos em psicologia, mas um pouco de discernimento. Ele age como o Bozo no episódio com os judeus. Para mostrar que não é nazista se aproxima dos judeus como quem quer dizer: “Vejam, gosto dos judeus! Como posso ser nazista?” Ressalte-se que esse movimento de aproximação partiu do Bozo, os judeus o desdenham; e o elogio ao Hitler e ao avô hitlerista foi dito e lembrado pelo próprio Bozo que conserva no seu íntimo o desejo de ser o representante máximo da extrema direita no mundo.

Assim é o “nacionalista”, para seu auto-engano ou tolamente ardiloso com o intuito de nos mostrar que não é entreguista, com a bandeira brasileira se cobre e dança.