quarta-feira, 28 de julho de 2021

terça-feira, 27 de julho de 2021

segunda-feira, 19 de julho de 2021

sábado, 17 de julho de 2021

Quarentena em blues

O blues é uma forma musical de 12 compassos, “base do jazz”, como disse o cantor Jimmy Rushing. Há uma faceta do blues que gosto muito, explicada no livro Jazz – das raízes ao Rock, de Lillian Erlich: o negro estava habituado a enfrentar a desgraça com estoicismo. Ele possuía a grande força da esperança, radicada nos ensinamentos da religião cristã. Era também capaz de rir de suas próprias dificuldades, de clarear a mais profunda escuridão com lampejos de humor e sabedoria irônica. Esse estado agridoce do espírito, o contraste de sentimento, o riso inesperado davam ao blues seu grande atrativo emocional. Entre as pessoas que o inventavam, o blues agia como uma válvula de escape dos sentimentos tanto do cantor quanto da platéia. Eis um exemplo de um antigo blues, cuja tristeza é seguida de rápida recuperação:


I’m  goin’ down to the railroad train and lay my head on the track
I’m  goin’ down to the railroad train and lay my head on the track
But if I see the train coming, I’m gonna jerk it back.

traduzindo:

Irei até a estrada de ferro e porei minha cabeça sobre o trilho
Irei até a estrada de ferro e porei minha cabeça sobre o trilho
Mas se eu vir o trem se aproximar, eu a puxarei de volta.

Além das 12 linhas, uma para cada um dos 12 compassos do blues, eu quis dar ao meu poema este espírito agridoce, cantando a tristeza da quarentena, mas com um final seguido de rápida recuperação, já que morrer é pior. O toque de humor está na expressão “abotoar o paletó”.



sexta-feira, 16 de julho de 2021

Carioca da gema

A sincronicidade me socorre


 A sincronicidade me socorre


Sincronicidade é um conceito junguiano. Foi desenvolvido pelo médico suíço Carl Gustav Jung. É também chamada por ele de “coincidência significativa” porque se refere a acontecimentos que se relacionam pelo significado e não pela causalidade.

A coincidência significativa acontece com frequência comigo e hoje ela me socorre. Nessa semana, eu questionava pasmo, sem obter resposta, sobre o negacionismo científico dos bolsonaristas. Primeiro, o fanatismo de como eles tratam seu líder, “mito”; em seguida, o anacronismo da tese terraplanista; continua com o obscurantismo da ideia da imunização do rebanho e o mágico ou supersticioso – porque não há comprovação científica – de certos medicamentos para combater a pandemia; e, para não alongar muito, o apoio da mais retrógrada fé evangélica. Em pleno século XXI, haja atraso civilizatório!

A sincronicidade vem agora. Há muito que eu não via um amigo de infância, Victor César da Frota Pinto, que esta semana comentou uma postagem minha no facebook, mas logo passamos para o whatsapp para pormos a conversa em dia. 

Victor é filho de um dos fundadores da faculdade de medicina do Ceará, me enviou um link de uma revista que homenageava seu pai, o psiquiatra Dr. Gerardo da Frota Pinto, de quem eu desconhecia a sua faceta intelectual, com alguns livros escritos, um dos quais me interessou:  “As quatro heranças do Homem”, com subtítulo “Tentativa de interpretação do animal humano”. Perguntei-lhe se era fácil obtê-lo e já no dia seguinte ele me presenteava com um exemplar, bem como a Beatriz e o João Victor, minha filha e seu marido, também psiquiatras, com outro livro de seu pai,  “Psiquiatria Básica”, já esgotado e hoje considerado um clássico pelos psiquiatras cearenses.

Nesse livro, as quatro heranças são: a animal, a selvagem, a infantil e a civilizatória. Comecei pela que me interessou mais: a civilizatória e na página 99, ele escreve: “O historiador Will Durant, discorrendo sobre os deuses da Babilônia, diz que nunca houve uma civilização mais rica em superstições grotescas que apenas superficialmente diferem das nossas, pois não há absurdo do passado que não esteja bem vivo em qualquer parte do mundo moderno”. 

É bem o caso das grotescas ideias bolsonaristas que, como diz Will Durant, citado pelo Dr. Gerardo: “Debaixo da civilização continua a correr o rio da mágica, da superstição e da feitiçaria. E talvez ainda permaneça depois que toda a obra de nossa razão haja passado”.

As ciências humanas concluem que um contingente de retrógrados grotescos é permanente em qualquer sociedade, em qualquer tempo. Importa encontrar mecanismos jurídicos e políticos de nunca deixá-los tomar o poder.

Agradeço ao Dr. Jung pelo conceito de sincronicidade, ao Dr. Gerardo pelo que escreveu sobre o ambíguo processo civilizatório e ao Victor, o vetor da sincronicidade pela qual me chegou a resposta ao meu questionamento.

quarta-feira, 14 de julho de 2021

terça-feira, 13 de julho de 2021

quarta-feira, 7 de julho de 2021

Argumento lógico


 

O diabo está nu

A esta altura dos fatos políticos no Brasil, espero que tenham abandonado a canoa do bolsonarismo, furada desde o princípio, pelo menos duas das três categorias de apoiador de Bolsonaro: (a). o que não tem como se informar; (b). o que, por opção ideológica, preferiu não se informar, mesmo tendo como; (c). o que é corrupto na alma. 

Perdoável  somente o da categoria (a) e o da categoria (b) que já abandonou a canoa furada – antes tarde do que nunca! O da categoria (c), como Bolsonaro, é imprestável, nunca prestou.

Meu sincero desejo ao da categoria (b) que ainda não abandonou a canoa é que seja honesto consigo mesmo, encarando a sua posição social com tranquilidade. Se é pequeno empresário, a vertente neoliberal do capitalismo não atenderá aos seus interesses, muito menos aos da grande massa populacional de onde vem o pobre de direita, porque a política, como já tenho dito aqui várias vezes, é a luta de classes, é a árdua disputa pelo orçamento do Estado que a sociedade (famílias e pequenas empresas) enfrenta contra as grandes corporações. A sua pequena empresa não é grande corporação, portanto, pequeno empresário, os seus interesses correspondem aos nossos, os do grande contingente da população, os da sociedade em geral. A grande corporação está à parte, a bem da verdade, ela não precisaria do Estado se fosse razoável na divisão de seus lucros com quem produz sua riqueza. Entretanto, explora-o, precisa do aparato policial para reprimi-lo nas suas mais do que legítimas reivindicações. E mais: a grande corporação quer o orçamento do Estado para, em casos de fracassos nas suas ousadas empreitadas, reabastecê-la financeiramente. Lembrem-se dos bancos salvos na última grande crise do capitalismo em 2008.

Avante, amigos e companheiros! Se pensarmos de forma honesta e correta retomaremos a nossa nação desse esquadrão da morte usurpador que os últimos fatos políticos estão despindo e mostrando a realidade há muito prevista por vários bons pensadores: a de que o capitalismo algum dia levaria o lixo, a escória da sociedade ao poder. Levou um samango, mas agora o diabo está nu!

domingo, 4 de julho de 2021

sábado, 3 de julho de 2021