domingo, 27 de junho de 2021

domingo, 20 de junho de 2021

sábado, 12 de junho de 2021

Mataram MM!


 Mataram MM!


Há 59 anos, na manhã do dia 04 de agosto de 1962, Marilyn Monroe foi encontrada morta por sua arrumadeira Eunice Murray na sua  residência em Los Angeles, California, EUA. A autópsia declarou que a atriz morreu de uma overdose de remédios, que pode ou não ter sido intencional.


Eu tinha 9 anos e me lembro bem de ter ouvido papai dar a notícia para mamãe. Depois, vi fotos suas, cuja beleza me chamou a atenção, e li numa revista semanal da época, não me lembro se foi Manchete ou O Cruzeiro – papai assinava as duas – sobre seu envolvimento com o presidente americano, John,  também com o irmão deste, Robert, e a sua morte aos 36 anos, a mesma idade da mamãe. Memorizei isso justamente por ela ter a mesma idade da mamãe, e odiei os caras porque acreditei na tese de que eles tinham tudo a ver com a morte da atriz.


Aos poucos, ao longo da vida, fui lendo sobre MM, fiquei sabendo que seu nome verdadeiro era Norma Jean Mortenson, e que o premiado escritor Norman Mailer tinha dito que nunca conheceu uma mulher tão cheirosa quanto ela, o que aumentou a sedução que a sua imagem agia sobre mim.


Memórias infantis. Hoje, me lembrando dela por ter nascido em junho de 1926, resolvo fazer este poema.

 

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Reflexões sobre o covid da Gilda


Gilda, depois de 10 dias no hospital (do dia 13 ao dia 23 de maio), metade dos quais na UTI por conta de duas intercorrências – atelectasia e pneumomediastino – já convalesce em casa com a graça de Deus e dos competentes e dedicados profissionais de saúde, dentre os quais nossos filhos médicos, Marcos e Beatriz, ela que veio de Brasília prontamente logo que soube. 

Penso que a circunstância de termos médicos na família foi um fator preponderante para salvar a Gilda cujo contágio que parecia moderado se agravou - o covid é traiçoeiro! Pelo quadro clínico, eles sabem antecipar os passos e as decisões a serem tomadas, inclusive na prévia compra do medicamento chamado tocilizumabe (TCZ), em falta aqui em Fortaleza, mas com o prestimoso socorro do David, sobrinho, médico e piloto de avião, que entrou em contato com a Marcella, sobrinha que mora em Natal, também médica, conseguiram. Marcos e David foram buscá-lo no avião que David pilota.

A reflexão sobre esses fatos não podia deixar de me ocorrer: conhecimento e recursos materiais que nossos sofridos concidadãos não têm por incúria de nossos sistemas político e econômico.

Sinto-me na obrigação de expor esta reflexão para chamar a atenção de que doravante devemos estar sempre atentos para as atribuições do Estado e cobrar dos governantes: saúde através de um SUS de excelência, mesmo à revelia dos grandes empresários que acham que a saúde é um nicho de mercado a ser privatizado. 

Contestar com vigor esses privilegiados ambiciosos além da medida é a nossa tarefa como cidadãos politicamente conscientes. 

Concluo meu texto com a oração de São Francisco atualizada por mim: “Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz preparando-me para o embate político contra o obscurantismo instaurado na nossa nação!”

O amigurumi da santinha


 O amigurumi da santinha

“O amor prova-se por feitos, então como posso provar meu amor? Grandes feitos estão fora do meu alcance. A única forma de provar meu amor é espalhando flores e estas flores são todos os pequenos sacrifícios, cada olhar, cada palavra e cada pequeno ato de amor.” (Santa Teresinha)

=========

Depois de declarar a minha ainda incipiente devoção por Santa Teresinha, minha amiga Leila Maria Frota Barros, delicadamente, me presenteia com seu trabalho em crochê, um amigurumi da santinha.  

Marie-Françoise-Thérèse Martin, a Santa Teresinha, nasceu em Alençon, França, em 02 de janeiro de 1873. 

Por autorização do Papa Leão XIII, aos 15 anos se tornou freira carmelita, sua clausura era em Lisieux na Normandia. Depois de nove anos, ocupando funções como sacristã e assistente da mestra das noviças, Teresa passou seus últimos dezoito meses numa "noite de fé” acometida pela tuberculose que a matou no dia 30 de setembro de 1897 com apenas 24 anos de idade. Foi canonizada pelo Papa Pio XI em 1927.

Hoje conhecida como um dos mais influentes modelos de santidade para católicos pela simplicidade de abordar a vida espiritual. Com São Francisco de Assis é uma das santas mais populares da história da Igreja, o papa Pio XI chamou-a de "a maior entre os santos modernos". 

Como disse em outra postagem, Santa Teresinha sempre me foi familiar porque meu avô materno e minha mãe eram devotos e mantinham sua foto em suas mesinhas de cabeceira, e com esse delicado presente que muito agradeço à Leila, colocarei esse amigurumi da santinha no meu gabinete de trabalho para nossa proteção.

O sinal de Santa Teresinha


O sinal de Santa Teresinha

Santa Teresinha sempre me foi familiar, meu avô materno era seu devoto e eu criança, quando dormia na casa dele, a via em sua mesinha de cabeceira. Da mesma forma, mamãe mantinha um retrato dela ao lado da sua cama.

Já adulto, uma colega de trabalho me reapresentou à santinha que avivou minha memória infantil. A partir de então, tenho me socorrido dela em alguns momentos de aflição.

O mais recente pedido foi uma súplica muito sofrida porque eu estava extremamente preocupado com a situação da Gilda com covid na UTI que, estável há alguns dias, não melhorava. 

Na pior das noites, depois que a Beatriz chegou em casa, vinda do hospital, cedendo o plantão para o Marcos, ela recebeu a notícia de Brasília que a Luíza, sua filhinha de 2 anos e meio, estava com febre. Com o acúmulo de angústia por preocupação com a mãe e agora com a filhinha, ao me dar a notícia, ela, costumeiramente tranquila, desabou. Eu, fazendo das tripas coração, seguro as pontas e digo-lhe que chore à vontade para distensionar. Quando parou, sugerí uma chuveirada para melhorar, ela foi e aí quem desabou fui eu.

Fomos dormir muito tensos, eu quase em desespero, quando vi o retrato de Santa Teresinha que eu havia recebido daquela colega de trabalho quando me submeti a uma cirurgia de retirada de parte do pâncreas. Ato contínuo, peguei o retrato e no verso havia a oração para a novena. Li, fiz o pedido para que a Gilda recuperasse sua saúde para ter uma vida longa e bela, e solicitei à santinha que me mandasse o sinal de acolhimento do pedido: uma rosa.

Pregado de cansaço e tensão, dormi. Às três da madrugada, acordo e vejo a luz do meu celular acesa, vou olhar e, sob um buquê de rosas, havia uma mensagem de estímulo e fé do querido primo e amigo desde a infância, Renato. 

Tocado, não pude mais dormir e às 5 horas da manhã, enviei-lhe uma mensagem contando o fato. Ele me responde entusiasmado sempre estimulando a fé.

O mais impressionante de tudo isso é que foi nesta manhã que a Gilda saiu do impasse da estabilidade e começou a melhorar diuturnamente até sair do hospital no domingo sem mais nenhuma intercorrência.

De amizades abaladas


 De amizades abaladas.

Pergunto-me com sinceridade, sem encontrar respostas, o que alguns amigos e amigas extremamente intolerantes com políticos em geral – suas simpatias são sempre com o empresariado, mesmo quando lhes digo que o impacto da sonegação empresarial na economia é sete vezes maior que o da corrupção política – viram em Bolsonaro para, de repente, se tornarem a tolerância, a paz e o amor em pessoa (politicamente) que nunca foram.

A escandalosa irresponsabilidade da administração de Bolsonaro na pandemia que leva aos atuais 460.000 mortos – diariamente aumentando – é encarada com um estoicismo que nunca vi neles, “mera fatalidade!”, como dizem.

Fica mais do que evidente para mim a falsidade de suas resignações diante de nossa tragédia quando fico sabendo que ainda não houve grandes perdas e danos em suas famílias nesse período pandêmico, desde fevereiro do ano passado. Sorte deles!

Não foram poucas as vezes que com argumentos lógico-razoáveis, depois de eu desfiar todo o novelo de incúrias do atual governo, ouço tolos contra-argumentos como o da ausência de corrupção – logo me lembro do caçador de marajá – e o último foi: “Você acha que o Lula era santo?” Ah, meu Deus, até parece que se trata de um processo de canonização de beatos.

Minha mulher na UTI, desta vez a paciência foi ao limite. Quando me lembro que a pessoa até tinha discernido que o candidato era um mau-caráter, mas foi convencida pelo entorno de sua convivência que o sujeito presta e o defende como jamais eu havia imaginado, até porque ela se autodefine como apolítica – outro objeto de nossas discussões – ao que respondo da impossibilidade disso existir, somos seres eminentemente políticos.

Há dias não fala comigo, nem para perguntar como vai a Gilda, parece que a amizade ficou abalada. Normalmente, isso me importa muito, mas, tendo passado por grandes tensões nos penúltimos dias – felizmente ultrapassadas nos últimos! – por enquanto não está me importando tanto. Hoje, tranquilo, vou agradecendo a Deus pela recuperação da saúde da Gilda.

Duas citações


 Duas citações

Gosto de ler citações de pessoas extraordinárias, muitas vezes as guardo em meu bloco de notas. Recentemente, li e guardei duas porque, imediatamente, me remeteram a dois personagens nacionais: um, gênio político; o outro, aberração trazida à cena política.

A primeira citação é de Jonathan Swift, irlandês, nascido em 1667, foi escritor, poeta e reitor da Catedral de São Patrício em Dublin. Um dos livros famosos dele é Viagens de Gulliver escrito em 1726. 

A citação mostra a lucidez do seu espírito e me remeteu ao Lula, um gênio político, assim reconhecido por Delfin Netto, economista que, longe de ser de esquerda, fez parte dos governos ditatoriais:

"Quando um homem de verdadeiro gênio aparece no mundo, pode-se reconhecê-lo por este infalível signo, o de que todos os ignorantes conspiram contra ele.”

A segunda citação é de Friedrich Nietzche, filósofo alemão, nascido em 1844, um clarividente, de cuja obra, o “Humano, Demasiado Humano – Um livro para Espíritos Livres” foi, por muito tempo, meu livro de cabeceira. 

A sua citação me fez lembrar da maior aberração política do Brasil, Bolsonaro, mas quem se enquadra é o ridículo que dança por ele, o ignorante que o chama de mito e o jactante pentecostal dono da verdade que o trouxe à tona:

“Você não precisa de religião para ter senso moral. Se você não consegue distinguir o certo do errado sem um sistema religioso, então o que lhe falta é caráter, e não religião.”

Como eu disse, recentemente, respondendo a uma crítica de um texto meu, Bolsonaro não é um político normal de direita, como tantos por aí, mas da extrema direita, fascista, advindo do submundo carioca com relações estreitas com a milícia que no meu tempo de jovem se chamava esquadrão da morte, e que quem não discernir isso como um fato muito ruim para nós, ou está muito mal informado ou lhe falta o caráter, como dito por Nietzche .

sábado, 5 de junho de 2021

As pedras e o sol

Acabo de sair da penúria da covid. Gilda, minha querida companheira há 49 anos (10 de namoro mais 39 de casado), ainda sofre no hospital com o cateter de alto fluxo intercalado pela máscara VNI (ventilação não invasiva).

Respeitamos rigorosamente a quarentena, o isolamento social, o uso de máscara quando era necessário sair, mas o vírus, traiçoeiro, nos pegou. Não temos a menor ideia de como fomos pegos. 

Tomei a 2ª dose da vacina no dia 27 de abril, já no dia 1º de maio apareceram os primeiros sintomas. No dia 4 de maio a Gilda, esperando ansiosamente a sua 2ª dose que não veio, sentiu mal estar. 

A doença em mim foi branda, não me hospitalizei, mas na Gilda está sendo grave e tem sofrido além da própria doença porque perdeu o Trajano, seu querido irmão mais velho, e se angustiou com a Inez, sua irmã, que pegou na forma grave e acaba de sair do hospital tendo que fazer fisioterapia diariamente. Pelo jeito, a Gilda seguirá a mesma trajetória de fisioterapias.

Tenho acompanhado os trabalhos da CPI da covid que ganha corpo e mostra quem é, na realidade, esse obscuro príncipe das trevas que tantos amigos apoiaram, e que sempre apontamos esse erro crasso de seus apoios.

Escrevo, falo... talvez não seja lido nem ouvido, mas uma coisa é certa, um dia até as pedras falarão. 

Em tempo: acabo de saber da trágica notícia da morte cerebral da esposa de um amigo.


Soneto da Áurea Proporção