sábado, 5 de junho de 2021

As pedras e o sol

Acabo de sair da penúria da covid. Gilda, minha querida companheira há 49 anos (10 de namoro mais 39 de casado), ainda sofre no hospital com o cateter de alto fluxo intercalado pela máscara VNI (ventilação não invasiva).

Respeitamos rigorosamente a quarentena, o isolamento social, o uso de máscara quando era necessário sair, mas o vírus, traiçoeiro, nos pegou. Não temos a menor ideia de como fomos pegos. 

Tomei a 2ª dose da vacina no dia 27 de abril, já no dia 1º de maio apareceram os primeiros sintomas. No dia 4 de maio a Gilda, esperando ansiosamente a sua 2ª dose que não veio, sentiu mal estar. 

A doença em mim foi branda, não me hospitalizei, mas na Gilda está sendo grave e tem sofrido além da própria doença porque perdeu o Trajano, seu querido irmão mais velho, e se angustiou com a Inez, sua irmã, que pegou na forma grave e acaba de sair do hospital tendo que fazer fisioterapia diariamente. Pelo jeito, a Gilda seguirá a mesma trajetória de fisioterapias.

Tenho acompanhado os trabalhos da CPI da covid que ganha corpo e mostra quem é, na realidade, esse obscuro príncipe das trevas que tantos amigos apoiaram, e que sempre apontamos esse erro crasso de seus apoios.

Escrevo, falo... talvez não seja lido nem ouvido, mas uma coisa é certa, um dia até as pedras falarão. 

Em tempo: acabo de saber da trágica notícia da morte cerebral da esposa de um amigo.


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