terça-feira, 31 de outubro de 2023

domingo, 29 de outubro de 2023

sábado, 28 de outubro de 2023

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

sábado, 21 de outubro de 2023

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Chuva de aplausos

Lembrando Gramsci

Lendo as notícias da guerra, observando a geopolítica, o veto do EUA à proposta do Brasil para um cessar-fogo imediato apoiada pelo Conselho de Segurança da ONU fizeram lembrar-me de Gramsci:

“A crise consiste precisamente no fato de que o velho está morrendo e o novo ainda não pode nascer. Nesse interregno, uma grande variedade de sintomas mórbidos aparecem”.

Quem é o velho, quem é o novo?

O velho é o mundo destrutivo, EUA à frente na liderança com sua sanha beligerante porque a locomotiva da sua economia é a indústria bélica que destrói parceiros e não-parceiros, desencadeando uma grande variedade de sintomas mórbidos, o pior deles é a síndrome de Sansão (história bíblica) de temperamento colérico e irrefletido que ao destruir o Templo de Dagom, matando 3000 filisteus, morre junto;  o novo é o mundo construtivo, China à frente na liderança investindo na nova Rota da Seda, construindo infraestruturas e parcerias porque a locomotiva de sua economia é o comércio,  o serviço e, agora, a tecnologia de ponta.

Se estou certo, que a parturiente, nossa linda terra, seja protegida por Nossa Senhora do Bom Parto e que o Novo Mundo nasça saudável, cresça e prospere.

domingo, 15 de outubro de 2023

Indignação farsante!


Vós vos indignais seletivamente sobre o conflito Israel-Hamas. Condenais o ataque do Hamas a civis israelenses, como qualquer um que abomina o terror contra civis, mas vos omitis quanto ao terror do governo de Israel em impedir a fuga de civis da Faixa de Gaza, cortando o acesso da imensa população civil palestina residente à água, alimentos, remédios e energia e bombardeando áreas residenciais de forma implacável, uma bomba a cada dois minutos há seis dias. 


É a indignação seletiva com o terror. Da mesma natureza da falta de empatia dos bilionários brasileiros com a brutal desigualdade de renda no país. 


Hipócritas, vossa indignação é farsante!

terça-feira, 10 de outubro de 2023

Sobre a guerra Israel-árabe da Palestina (1)


Eu lamento profundamente. Gostei muito de Israel, principalmente de Tel Aviv. Passamos por territórios da Palestina e confesso que me senti mais à vontade com os judeus do que com os árabes que parecem hostis. Entre os comerciantes, senti o mesmo. 


Tenho lido a obra de um dos maiores escritores judeus da atualidade, Amós Oz, que morreu recentemente, em 2018, um crítico de seus últimos governos sobretudo desses assentamentos judeus na Faixa de Gaza e Cisjordânia pelos mais radicais sionistas, que me lembram as ONGS estrangeiras na Amazônia que vão ocupando território e depois se apossam. Assim como foi nos estados do sul dos EUA que pertenciam ao México. Essa crítica já era feita por Moshe Dayan e muitos bons judeus, daí minha simpatia por eles que são contra esse sionismo que representa uma doutrina nacional-chauvinista e uma política colonial. A Golda Meir uma vez disse: “se os palestinos depuserem as armas haverá paz; se nós depusermos eles nos extinguirão”. Compreendo bem essa frase porque vem de um povo perseguido por milhares de anos e quase extinto no século XX. 


Vejo os governos ocidentais tomando posições diferentes das grandes manifestações populares também no ocidente – EUA e Europa – aqueles pró Israel, estas pró Palestina. Li o livro A Porta dos Leões sobre a guerra dos seis dias. Os árabes, à frente o presidente do Egito, Gamal Abdel Nasser, apoiado pela URSS, provocavam um verdadeiro terror através de transmissão de rádio prometendo a extinção do povo de Israel. Moshe Dayan achava que se Israel perdesse essa guerra, o holocausto teria sido insignificante, ante o sofrimento a que eles teriam sido submetidos. Como se vê, só tenho lido sobre Israel e minha tendência é compreendê-los. Preciso ler sobre os motivos Palestinos que acredito foram compreendidos pelos grandes judeus aqui citados e que lutavam por uma paz que só seria possível com dois Estados soberanos que era o plano de Osvaldo Aranha, mas os Palestinos não aceitaram. Preciso saber o porquê.

Sobre a guerra Israel-árabe da Palestina (2)


No outro texto, que o Ricardo perguntou como nós estávamos sentido esta guerra, teci comentários baseados nas minhas impressões de viagem. É, pois, um texto subjetivo. Depois dele, procurei textos que mostram as razões árabes para que eu possa ser mais objetivo. A primeira questão que me afligia era sobre a razão dos árabes terem negado a proposta de Osvaldo Aranha. Li que eles achavam que na proposta havia uma perda territorial. 


Ora, nunca houve um Estado palestino. Palestina é uma região denominada assim pelos romanos que chegaram a dominá-la. Mas houve lá um Estado judeu do qual foram expulsos e muitos povos dominaram essa região: assírios, babilônios, persas, macedônios e romanos. Então, o argumento dos árabes para rejeitar a partilha feita pelo diplomata me parece fraco e um erro histórico.


Logo que Israel decretou a independência, em 1948, no dia seguinte os árabes invadiram-no. Houve entre eles quatro guerras: 1. esta, a Guerra da Independência (1948-1949); 2. a Guerra de Suez em 1956 numa ação conjunta com França e Reino Unido contra o Egito, uma das nações de maior peso no “mundo árabe”, que havia nacionalizado o Canal de Suez; 3. a Guerra dos Seis Dias (junho de 1967); e 4. a Guerra do Yom Kippur (outubro 1973), todas vencidas por Israel. Depois delas e do assassinato de Ytzhak Rabin (04/11/1995) pela extrema-direita, esta assume o poder e começa uma política de apartheid e colonização a partir dos assentamentos pelos sionistas mais exacerbados e a reivindicarem o Grande Sião – toda a região da Palestina para os judeus.


Patrocinam o isolamento internacional do povo palestino que parece destinado a aumentar. A resistência pacífica não levou a lugar algum.


Durante todo esse tempo, as Forças de Defesa de Israel atacaram e mataram palestinos à vontade, enquanto sucessivos governos israelenses trabalharam para sabotar qualquer esperança de criação de um Estado.

 

Recentemente, alguns generais da reserva das Forças de Defesa de Israel e agentes do Mossad admitiram que o que está sendo feito na Palestina equivale a “crimes de guerra”. Mas eles só tiveram coragem de dizer isso depois de já terem se aposentado. Na ativa, apoiaram totalmente os colonos fascistas nos territórios ocupados, permanecendo calados e parados enquanto queimavam casas, destruíam plantações de oliveiras, despejavam cimento em poços, atacavam palestinos e os expulsavam de suas casas enquanto cantavam “Morte aos árabes”. Os líderes ocidentais idem, permitiram que tudo isso acontecesse sem abrirem a boca. A era da razão política quando os pais da pátria ainda viviam, tinham o poder e eram razoáveis já se foi há muito tempo.


Não dá para defender o Hamas, um grupo religioso radical que nem os próprios palestinos gostam, mas compreendo as intifadas, revolta popular palestina contrária à ocupação pelos israelenses na faixa de Gaza e Cisjordânia.


Sempre que elas acontecem, os palestinos ficam no topo das manchetes internacionais. Os jornalistas ocidentais se chocam horrorizados com o fato de eles estarem realmente resistindo. Mas por que não deveriam? Eles bem sabem que o governo ultra-sionista de Israel retaliará violentamente, apoiado pelos EUA e pela União Europeia de boca fechada. Mesmo assim, não estão dispostos a ficar sentados enquanto Benyamin Netanyahu (o Bibi, olha o apelido desse monstro fascista) e os criminosos de seu gabinete expulsam ou matam gradualmente a maioria de seu povo. Eles sabem que os elementos fascistas do Estado israelense não hesitariam em sancionar o assassinato em massa de árabes. E eles sabem que é preciso resistir a isso por todos os meios necessários. No início deste ano, os palestinos assistiram às manifestações em Tel Aviv e perceberam que aqueles que marchavam para “defender os direitos civis” não se importavam com os direitos de seus vizinhos ocupados. Eles decidiram resolver o problema com suas próprias mãos.


Os palestinos têm o direito de resistir à agressão ininterrupta a que estão sujeitos e não há equivalência moral, política ou militar no que diz respeito aos dois lados. Israel é um estado nuclear, armado até os dentes pelos EUA. Hoje, será que sua existência está ameaçada sendo uma potência nuclear ou, a bem da verdade, é a dos palestinos, suas terras, suas vidas, que estão? O ocidente parece disposto a ficar parado enquanto eles são exterminados. Eles, por outro lado, estão se levantando contra os colonizadores.


Pelo que li e ouvi, dada a tomada de territórios palestinos pelos judeus, o plano de dois Estados de Osvaldo Aranha parece hoje inviável, muitos analistas falam em uma Nação pluri-étnica, pra cada homem e mulher, independente da etnia, um voto. Eles teriam que aprender a conviver assim.


Penso que o que se deve objetivar nesse momento é um cessar-fogo imediato e pôr na mesa essa proposta com urgência porque foram assim que começaram as guerras mundiais, pipocando guerras regionais. Já temos a da Ucrânia e agora essa. Deus nos livre! 


***  


Enquanto eu assistia um debate sobre essa guerra no canal do Opera-Mundi, o Youtube proibiu a monetarização do canal logo que um dos debatedores quis fazer uma analogia com um dos países da Africa que reagiu com violência à colonização. Os EUA e suas empresas não admitem destoar das suas opiniões.

Criaturinhas

 

Demasiado humano