terça-feira, 28 de dezembro de 2021

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

domingo, 12 de dezembro de 2021

sábado, 11 de dezembro de 2021

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

terça-feira, 30 de novembro de 2021

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

A magnânima e os escroques



A  magnânima e os escroques 

(O que não devemos esquecer)


O que mais admiro em Dilma Rousseff são a sua resistência e a sua magnanimidade. Resistir à tortura - expressão máxima da covardia - e ainda ser magnânima é para seres humanos superiores. 


Os que não gostam dela apontam a sua oratória como sinal de mediocridade. Já li textos de Dilma com a clareza de quem tem um perfil cujo pendor é de natureza mais gráfica do que oral. Acredito que a dificuldade seja uma sequela da tortura a que foi submetida pelo escroque-torturador Carlos Alberto Ustra (lembrança n. 1) elogiado pelo escroque-cafajeste Jair Messias Bolsonaro ao anunciar seu voto para destituí-la do poder:


"Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, pelo exército de Caxias, pelas Forças Armadas, pelo Brasil acima de tudo e por Deus acima de tudo, o meu voto é sim" (lembrança n. 2).


Não esquecer do golpe de 2016 contra ela é significativo para compreender a natureza golpista da direita brasileira. 


Governar uma nação não é o mesmo que administrar uma empresa, como querem aqueles que acham Dilma medíocre. 


A empresa não tem oposição. Às vezes tem a concorrência para frear o instinto animal de um empresário agressivo. 


Já um governo tem uma oposição parlamentar que, sendo irresponsável, pode paralisá-lo e arrebentar uma nação. 


Com a virulência de um despeitado perdedor da eleição de 2014, o escroque-cheirador Aécio Neves, sempre apoiado pela direita, fez seu pronunciamento:


"Vamos obstruir todos os trabalhos legislativos, até o país "quebrar" e a Presidenta Dilma, ficar incapacitada de governar, sem apoio parlamentar, aí reergueremos o país que nós queremos, independente dos acontecimentos que envolvem o ex-presidente Lula e as ações do Judiciário. Sem o Poder Legislativo, nenhum governo se sustenta" (lembrança n. 3)


Na sequência, o escroque-larápio mor Eduardo Cunha assumiu a presidência da Câmara dos deputados pondo em prática as premissas do discurso do escroque-cheirador que desembocou no afastamento da presidenta, o que foi um dos capítulos mais vergonhosos da história política brasileira (lembrança n. 4).


Assumiu o poder o escroque-traidor Michel Temer cujo sucessor, depois de três anos, é essa nulidade, o já citado escroque-cafajeste que nos envergonha diante de um mundo estupefato pelo comportamento irresponsável na condução da pandemia, pelas queimadas na Amazônia, pela derrocada do Brasil como um “player” na geopolítica, perdendo sua soberania para se tornar uma colônia dependente do EUA, como sempre quis a elite que o apoia. 


Se Dilma teve esses escroques desqualificados que arrebentaram seu corpo e feriram sua alma, em compensação tem admiradores da sua grande coragem, entre os quais me incluo, e amigos fraternos como o ex presidente Lula. 


Dilma e Lula, se há uma razão preambular para eu gostar deles, é pela afetuosidade como eles mutuamente se tratam, própria de pessoas generosas.

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Chove em Rio Quente

Gênese do poema Chove em Rio Quente.


Em outubro fomos à Brasília comemorar o aniversário de nossa neta Luiza que fez 3 anos no dia 30, sexta-feira. Já no sábado partimos para Rio Quente. Numa viagem de 4 horas fizemos uma única parada técnica para banheiro, água e cafezinho.


Percorremos 314 kms observando os latifúndios onde estão parte do agro negócio brasileiro. Não resta dúvida que é bonito de se ver e saber que é um setor da economia brasileira que vai bem. 


Entretanto, o que me incomoda é ele ser a prioridade das prioridades. Explico: ele representa um dos lados das duas doutrinas que disputam a hegemonia na governança do país desde o século passado: 


1 - a da dependência do capitalismo central (EUA) para superarmos o subdesenvolvimento através da manutenção do Brasil como um país eminentemente primário exportador (aqui se situa o agronegócio), defendida por Fernando Henrique Cardoso e por neoliberais; 


2  -   a da independência que enfatiza o papel do Estado na economia, com a adoção de um modelo de desenvolvimento econômico independente, substituindo importações através da industrialização, de corte keynesiano, defendida por Celso Furtado e por social democratas.


O primeiro modelo, defendido pelo EUA e pela elite nacional de empresários e políticos ligados a ele, vem vencendo, se impondo através de golpes de Estado. 


O segundo modelo, cada vez que ganha uma eleição, toda a ladainha da corrupção é acionada pela imprensa e pelas grandes corporações para derrubar o governante que o defende. A história nos ensina que foi assim com Getúlio (pós segunda guerra), Juscelino, Jango, Lula e Dilma.


Defendo o segundo modelo por razões óbvias: não conheço nenhum caso latino americano que chegou a ser um país desenvolvido com equitativa distribuição de renda através da dependência americana. O colonialismo sempre é expropriatório e criador de fossos sociais.


Era sobre isso que eu pensava quando trouxe o livro e o edredom para perto de mim ao ver pingos na janela, a folha que esvoaçava no vento forte, e o vôo do passarinho que buscou abrigo sob as árvores ante os sinais de chuva e a promessa de vida no meu coração, parodiando o Tom Jobim em Águas de Março.


Soneto acróstico para Diva


Desde o meu olhar de criança sensível

Incipiente ainda nas artes da vida

Vi, porém, e o que vi foi aprazível:

A beleza e a força de uma mãe querida.


As poucas vezes que a vi, entretanto

Mais substanciava a minha impressão

Ostento hoje, via meu singelo canto,

Regozijo. O tempo me deu razão.


Sim, não me deixa mentir seu legado

Infalível, os frutos que ela teve

No convívio de um amor cultivado.


Vieram três filhos de uma essência leve

Apesar da ausência do pai amado

Louvam a vida porque a sabem breve.



segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Auto-engano ou tolo ardil?


Auto-engano ou tolo ardil?

A bandeira nacional é a fixação do “nacionalista”. Das janelas do seu apartamento e do seu carro a vemos drapejar. A usurpação do símbolo nos envergonha porque sabemos que no seu coração e mente é a bandeira americana que ele queria que estivesse lá, mas é preciso esconder a genuína verdade: a paixão pelo EUA. Entretanto, esta verdade vem se expondo aos poucos. Caminhando pela cidade, já tenho visto meia bandeira americana e meia bandeira brasileira unidas numa só. Quem sabe, um dia talvez saia totalmente do armário como já saiu o Bozo que bate continência para a bandeira imperial e diz “I love you” para o imperador de plantão.

Tenho minhas dúvidas quanto à consciência do “nacionalista” da  manobra de esconder sua verdade, mas ela é tão clara que chega a me surpreender que mulheres e homens inteligentes não atinem. 

Conversando com o “nacionalista” percebe-se, só para dar dois exemplos, que ele nunca conta as mais de 610 mil mortes por covid de nossos concidadãos, tampouco se importa com o destino da nossa mais importante empresa,  a Petrobras, que foi forçada a renunciar as reservas de petróleo, a vender ou fechar unidades, a diminuir a produção de gasolina e diesel, a não possuir mais postos Petrobras, e a exportar óleo cru. 

Ante estes dois fatos, por que o “nacionalista” silencia?

Interpretar a personalidade desse canastrão não requer grandes conhecimentos em psicologia, mas um pouco de discernimento. Ele age como o Bozo no episódio com os judeus. Para mostrar que não é nazista se aproxima dos judeus como quem quer dizer: “Vejam, gosto dos judeus! Como posso ser nazista?” Ressalte-se que esse movimento de aproximação partiu do Bozo, os judeus o desdenham; e o elogio ao Hitler e ao avô hitlerista foi dito e lembrado pelo próprio Bozo que conserva no seu íntimo o desejo de ser o representante máximo da extrema direita no mundo.

Assim é o “nacionalista”, para seu auto-engano ou tolamente ardiloso com o intuito de nos mostrar que não é entreguista, com a bandeira brasileira se cobre e dança.

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

sábado, 16 de outubro de 2021

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Esperando o chamado.



"A melhor maneira de tornar as crianças boas é torná-las felizes"  (Oscar Wilde)


Esperando o chamado.


O menino que tinha mais ou menos cinco anos estava sério e pensativo sentado no seu velocípede parado. Contaram-me que o homem que leva no pescoço um Tau, aquele símbolo heráldico de madeira em forma de T usado em seus hábitos pelos cônegos de Santo Antão, hoje adotado pelo fiel do Shalom que tem no mínimo dois anos como postulante ao ingresso no quadro de membros, é o pai da criança que está sendo educada para ser padre. Sorri, achando a estória um tanto anacrônica e, curioso, fui conferir entabulando com ela o seguinte diálogo:


– Oi, tudo bem?

Ela confirma com a cabeça.

– Tá brincando?

Nega também com a cabeça.

– Tá fazendo o que?

– Pensando.

– Tá certo… Você já sabe o que vai ser quando crescer?

– Ou rei ou papa, mas ainda não recebi o chamado.

– Tá esperando o chamado, né?

Confirma com doçura e seriedade.


Passei a mão em sua cabecinha de futuro papa – quem sabe? – e a deixei ainda pensativa.


Certamente não pensava sobre projeção paterna.

terça-feira, 28 de setembro de 2021

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

domingo, 12 de setembro de 2021

domingo, 5 de setembro de 2021

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

quarta-feira, 28 de julho de 2021

terça-feira, 27 de julho de 2021

segunda-feira, 19 de julho de 2021

sábado, 17 de julho de 2021

Quarentena em blues

O blues é uma forma musical de 12 compassos, “base do jazz”, como disse o cantor Jimmy Rushing. Há uma faceta do blues que gosto muito, explicada no livro Jazz – das raízes ao Rock, de Lillian Erlich: o negro estava habituado a enfrentar a desgraça com estoicismo. Ele possuía a grande força da esperança, radicada nos ensinamentos da religião cristã. Era também capaz de rir de suas próprias dificuldades, de clarear a mais profunda escuridão com lampejos de humor e sabedoria irônica. Esse estado agridoce do espírito, o contraste de sentimento, o riso inesperado davam ao blues seu grande atrativo emocional. Entre as pessoas que o inventavam, o blues agia como uma válvula de escape dos sentimentos tanto do cantor quanto da platéia. Eis um exemplo de um antigo blues, cuja tristeza é seguida de rápida recuperação:


I’m  goin’ down to the railroad train and lay my head on the track
I’m  goin’ down to the railroad train and lay my head on the track
But if I see the train coming, I’m gonna jerk it back.

traduzindo:

Irei até a estrada de ferro e porei minha cabeça sobre o trilho
Irei até a estrada de ferro e porei minha cabeça sobre o trilho
Mas se eu vir o trem se aproximar, eu a puxarei de volta.

Além das 12 linhas, uma para cada um dos 12 compassos do blues, eu quis dar ao meu poema este espírito agridoce, cantando a tristeza da quarentena, mas com um final seguido de rápida recuperação, já que morrer é pior. O toque de humor está na expressão “abotoar o paletó”.



sexta-feira, 16 de julho de 2021

Carioca da gema

A sincronicidade me socorre


 A sincronicidade me socorre


Sincronicidade é um conceito junguiano. Foi desenvolvido pelo médico suíço Carl Gustav Jung. É também chamada por ele de “coincidência significativa” porque se refere a acontecimentos que se relacionam pelo significado e não pela causalidade.

A coincidência significativa acontece com frequência comigo e hoje ela me socorre. Nessa semana, eu questionava pasmo, sem obter resposta, sobre o negacionismo científico dos bolsonaristas. Primeiro, o fanatismo de como eles tratam seu líder, “mito”; em seguida, o anacronismo da tese terraplanista; continua com o obscurantismo da ideia da imunização do rebanho e o mágico ou supersticioso – porque não há comprovação científica – de certos medicamentos para combater a pandemia; e, para não alongar muito, o apoio da mais retrógrada fé evangélica. Em pleno século XXI, haja atraso civilizatório!

A sincronicidade vem agora. Há muito que eu não via um amigo de infância, Victor César da Frota Pinto, que esta semana comentou uma postagem minha no facebook, mas logo passamos para o whatsapp para pormos a conversa em dia. 

Victor é filho de um dos fundadores da faculdade de medicina do Ceará, me enviou um link de uma revista que homenageava seu pai, o psiquiatra Dr. Gerardo da Frota Pinto, de quem eu desconhecia a sua faceta intelectual, com alguns livros escritos, um dos quais me interessou:  “As quatro heranças do Homem”, com subtítulo “Tentativa de interpretação do animal humano”. Perguntei-lhe se era fácil obtê-lo e já no dia seguinte ele me presenteava com um exemplar, bem como a Beatriz e o João Victor, minha filha e seu marido, também psiquiatras, com outro livro de seu pai,  “Psiquiatria Básica”, já esgotado e hoje considerado um clássico pelos psiquiatras cearenses.

Nesse livro, as quatro heranças são: a animal, a selvagem, a infantil e a civilizatória. Comecei pela que me interessou mais: a civilizatória e na página 99, ele escreve: “O historiador Will Durant, discorrendo sobre os deuses da Babilônia, diz que nunca houve uma civilização mais rica em superstições grotescas que apenas superficialmente diferem das nossas, pois não há absurdo do passado que não esteja bem vivo em qualquer parte do mundo moderno”. 

É bem o caso das grotescas ideias bolsonaristas que, como diz Will Durant, citado pelo Dr. Gerardo: “Debaixo da civilização continua a correr o rio da mágica, da superstição e da feitiçaria. E talvez ainda permaneça depois que toda a obra de nossa razão haja passado”.

As ciências humanas concluem que um contingente de retrógrados grotescos é permanente em qualquer sociedade, em qualquer tempo. Importa encontrar mecanismos jurídicos e políticos de nunca deixá-los tomar o poder.

Agradeço ao Dr. Jung pelo conceito de sincronicidade, ao Dr. Gerardo pelo que escreveu sobre o ambíguo processo civilizatório e ao Victor, o vetor da sincronicidade pela qual me chegou a resposta ao meu questionamento.

quarta-feira, 14 de julho de 2021