segunda-feira, 29 de novembro de 2021

A magnânima e os escroques



A  magnânima e os escroques 

(O que não devemos esquecer)


O que mais admiro em Dilma Rousseff são a sua resistência e a sua magnanimidade. Resistir à tortura - expressão máxima da covardia - e ainda ser magnânima é para seres humanos superiores. 


Os que não gostam dela apontam a sua oratória como sinal de mediocridade. Já li textos de Dilma com a clareza de quem tem um perfil cujo pendor é de natureza mais gráfica do que oral. Acredito que a dificuldade seja uma sequela da tortura a que foi submetida pelo escroque-torturador Carlos Alberto Ustra (lembrança n. 1) elogiado pelo escroque-cafajeste Jair Messias Bolsonaro ao anunciar seu voto para destituí-la do poder:


"Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, pelo exército de Caxias, pelas Forças Armadas, pelo Brasil acima de tudo e por Deus acima de tudo, o meu voto é sim" (lembrança n. 2).


Não esquecer do golpe de 2016 contra ela é significativo para compreender a natureza golpista da direita brasileira. 


Governar uma nação não é o mesmo que administrar uma empresa, como querem aqueles que acham Dilma medíocre. 


A empresa não tem oposição. Às vezes tem a concorrência para frear o instinto animal de um empresário agressivo. 


Já um governo tem uma oposição parlamentar que, sendo irresponsável, pode paralisá-lo e arrebentar uma nação. 


Com a virulência de um despeitado perdedor da eleição de 2014, o escroque-cheirador Aécio Neves, sempre apoiado pela direita, fez seu pronunciamento:


"Vamos obstruir todos os trabalhos legislativos, até o país "quebrar" e a Presidenta Dilma, ficar incapacitada de governar, sem apoio parlamentar, aí reergueremos o país que nós queremos, independente dos acontecimentos que envolvem o ex-presidente Lula e as ações do Judiciário. Sem o Poder Legislativo, nenhum governo se sustenta" (lembrança n. 3)


Na sequência, o escroque-larápio mor Eduardo Cunha assumiu a presidência da Câmara dos deputados pondo em prática as premissas do discurso do escroque-cheirador que desembocou no afastamento da presidenta, o que foi um dos capítulos mais vergonhosos da história política brasileira (lembrança n. 4).


Assumiu o poder o escroque-traidor Michel Temer cujo sucessor, depois de três anos, é essa nulidade, o já citado escroque-cafajeste que nos envergonha diante de um mundo estupefato pelo comportamento irresponsável na condução da pandemia, pelas queimadas na Amazônia, pela derrocada do Brasil como um “player” na geopolítica, perdendo sua soberania para se tornar uma colônia dependente do EUA, como sempre quis a elite que o apoia. 


Se Dilma teve esses escroques desqualificados que arrebentaram seu corpo e feriram sua alma, em compensação tem admiradores da sua grande coragem, entre os quais me incluo, e amigos fraternos como o ex presidente Lula. 


Dilma e Lula, se há uma razão preambular para eu gostar deles, é pela afetuosidade como eles mutuamente se tratam, própria de pessoas generosas.

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