segunda-feira, 15 de junho de 2015

Soneto da indignação


Em uma encruzilhada, num sinal,
Havia uma menininha andrajosa
Em seu olhar, tristeza sem igual
Em sua mãozinha, trazia uma rosa.

Pergunto-lhe, curioso, o seu nome
E, qual punhal que fundo em mim enterra,
Baixinho, ela murmura: “estou com fome”!
"Meu Deus"! Meu coração sensível berra.

Evoco o mal que esse sistema encerra:
Em que meandros se encontra a ética
Ao abandonar ser tão indefeso?

O que está encoberto ninguém descerra
E segue o homem sua vida frenética
Indiferente e em seu egoísmo preso.

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