sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Uma história do Bom Deus

Uma história do Bom Deus


No dia 21, quarta feira, no finalzinho da tarde, a médica, Dra. Renata, vai ao quarto da Beatriz e nos dá a ótima notícia de alta para o dia seguinte. Esta fica sendo a  nossa grande expectativa. 


Só que a alta é suspensa na manhã seguinte por causa de um novo sangramento. Era preciso fazer novos exames de ultrassonografia e de sangue. Imaginem nosso susto.  Toda a angústia dos dias anteriores retorna aos nossos espíritos. 


Recebo a notícia no meu quarto onde estou só. Chove intensamente. O céu de Brasilia promete uma tormenta, e atormentado também fico, mas aproveito a solidão e o silêncio da casa para rezar, pedir a Santa Teresinha pela saúde e vida da Beatriz. Temo uma provável cirurgia de retirada do útero, mas rezo com o fervor expresso em voz alta na minha solidão da parte de cima da casa, na de baixo estão o Paulo e a Néia que não me ouvem porque, mesmo distante, fecho a porta do quarto.


Quando termino de rezar a novena, vou, deliberadamente, ver no celular se há alguma mensagem de força e fé. Naquele mesmo instante a Dute, sem  ter havido qualquer comunicação anterior comigo,  me envia esta mensagem com fotografia e palavras de Santa Teresinha, embaixo, a rosa: 


    



Já me alegra. Em seguida, pego o livro Histórias do Bom Deus, de Rainer Maria Rilke, e leio uma das Histórias, O homem estranho, que concluo pensativo. São histórias que têm o condão de me espiritualizar. Novamente, pego o celular e me deparo com essa mensagem de um site para mim desconhecido:





Nesse momento, possuído por uma euforia quase bipolar, se enchem de lágrimas os meus olhos, imediatamente ligo para a Gilda que estava no hospital e já havia algum tempo que não me dava notícia. Ela atende e diz que o resultado do ultrassom está chegando naquele mesmo instante, esperamos um pouco… EXCELENTE! Foi o laudo. Falta os de sangue, mas a esta altura, depois da euforia acalmada, meu espírito era só confiança, eu não tive mais qualquer indício de dúvidas.


Já noite, vou com a Luiza e o João Victor para o hospital fazer a visita diária rotineira quando, pelo viva voz do carro, a Beatriz, emocionada, nos anuncia a alta. A médica, também emocionada, disse-lhe que não sabia explicar a causa do novo sangramento, que estava tudo em ordem, que ela já podia ir para casa.


Meu espirito, agora iluminado pela graça concretamente alcançada, era só alegria e o que imediatamente me ocorreu foi pensar numa viagem para Lisieux conhecer o espaço que acolheu em vida Marie Françoise Thérèse Martin, a Santinha de meu coração.


 

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