quarta-feira, 23 de abril de 2025

A direita não chora Gaza



A direita não chora Gaza


Sob uma máscara de afabilidade

um sorriso fácil, um olhar amável

florescem uns gestos de caridade

uns verbos doces, um rosto agradável. 


Mas por trás de uma fachada polida

ao longe o eco de um choro silencia

a infância inteira de Gaza ferida

não toca a alma, não causa agonia.


A indignação seletiva se instala

a compaixão escolhe onde pousar

o horror de lá seu coração não abala,

o sangue infantil não há de manchar.


Há frieza na aparente bondade

constroem um muro contra a dor alheia

a da criança, mera casualidade

na direita, o altruísmo não granjeia. 


Que a beleza externa não nos engane

que a falta de empatia se revele

e a nossa alma não entre em pane

quando este ser pela infância não vele. 





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