quinta-feira, 24 de março de 2022

A panaceia


 A panaceia


A necropolítica vigente surpreende pelo número dos adeptos: boa parte da comunidade médica e da classe média.


Primeiro a cloroquina. 


Se soubessem a origem da exaltação da cloroquina, talvez não aderissem a ela porque eles odeiam a China. Foi nos primeiros casos de covid-19 em Wuhan, quando o desconhecimento da doença era total e médicos chineses foram induzidos ao erro de que a cloroquina oferecia algum benefício. 


Antes da percepção do erro, o médico microbiologista francês que leciona doenças infecciosas na Universidade de Aix/Marselha, dr. Didier Raoul, pegou os relatórios chineses, estudou, fez também sua própria insuficiente pesquisa, divulgou para a Europa e para o resto do mundo a hidroxicloroquina como tratamento para a doença. 


Depois, a estatística constatou que 85% dos pacientes eram acometidos de forma leve; 10% de forma moderada; e 5% de forma grave, com ou sem a cloroquina. Uma pesquisa insuficiente foi o que induziu ao erro e tanto os médicos chineses como o dr. Didier já fizeram o mea-culpa se pronunciando sobre a ineficácia do medicamento que anda fora das polêmicas.


Depois a ivermectina.


De onde surgiu a exaltação desse vermífugo? De uma experiência laboratorial, in vitro, que mostrou algum resultado positivo contra o coronavírus. Mas a comunidade médica sabe muito bem que uma experiência in vitro não necessariamente tem o mesmo resultado in vivo. Além de que a experiência laboratorial foi feita com uma dosagem equivalente a 200 comprimidos do medicamento que desencadearia uma insuficiência hepática fatal em um ser humano. Aviso aos doidinhos, nenhuma farmácia tem essa quantidade em estoque. O surpreendente é os médicos saberem de tudo isso e, mesmo assim, prescreverem. 


Polemistas leigos alegam que os africanos tomam a ivermectina há muito tempo, mas não dizem para que tomam nem a dosagem. Alerto que eles tomam como vermífugo e em doses prescritas de forma controlada, nunca de uso contínuo. Aqui no Brasil, parte da comunidade médica, a responsável, tem chamado a atenção de casos de insuficiência hepática porque a população a tem usado continuadamente.


Eis a origem da panaceia da necropolítica do genocida que segue fazendo os estragos nunca vistos na nossa história, e pior, seguida e defendida com ferocidade pelos incautos.

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