sexta-feira, 7 de abril de 2023

Diálogo rabugento

Diálogo rabugento


Eu pedalava e parei para uma água de coco. Na barraca, duas mulheres discutiam política. Uma delas viu meu interesse e me perguntou em quem votei. Lula, eu disse. A partir daí, entabulamos este diálogo, ela já me provocando:


– Você, sendo de esquerda, certamente é contra a pena de morte.

Respondi a provocação:


– Você, sendo de direita, certamente é a favor. Sou contra por duas razões simples: 1. erros processuais que sempre ocorrem, sobretudo porque a pena máxima é dirigida aos deserdados da sociedade; 2. foi feita uma pesquisa e constataram que a pena de morte nunca intimidou os perversos a praticarem seus crimes.


Ela refuta meu argumento e repete a ladainha bolsonarista:


– Conversa, a esquerda sempre humanista. Bandido bom é bandido morto.


Proponho-lhe:

– Que tal uma pena de morte com um numerus clausus (número fechado) de crimes?  Os crimes seriam: 1. genocídio como o recém praticado pelo Bozo; 2. sonegação como a praticada pelos milionários em paraísos fiscais; 3. lesa-pátria como a dos responsáveis pelas vendas de empresas públicas lucrativas, Petrobras, por exemplo; 4. atentar contra o nosso bem estar como os economistas do mercado que defendem os juros altos, o superavit fiscal, como os do teto de gastos feito pelo governo Temer; 5. golpismo e simpatizantes; 6. fascismo e simpatizantes. 7. Assassinato de crianças, como os que estão acontecendo nas escolas, igual aos EUA, bem como estuprá-las. Pronto, sete crimes, este é o numerus clausus. Quem os cometer, morre. 


– Nossa! Você é rabugento.

– Sou?!

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